17/02/2022

Brasil busca quinta medalha de ouro para mel orgânico


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RIO DE JANEIRO, BRASIL – O mel orgânico brasileiro já conquistou quatro medalhas de ouro como o Melhor Mel do Mundo.

No próximo mês de setembro, o Congresso Internacional de Apicultura (Apimondia) voltará a premiar os melhores. No entanto, os consumidores do mel brasileiro são dos Estados Unidos e da Europa, comprando noventa por cento da produção brasileira.

A exportação é realizada em tambores. Fomos ver, no local, o cultivo das abelhas que produzem esta iguaria que faz as delícias dos paladares. Junte-se a nós neste relatório, incluindo vários vídeos, para entender melhor essa maravilha.

Nossa primeira parada é na Serra Catarinense, no auge do inverno, período de entressafra para a produção de mel, pois as abelhas são voluntariamente confinadas em suas colméias. Na cidade de Santa Terezinha, famílias de apicultores, imigrantes poloneses que vieram para o Brasil no final do século passado, mantêm a tradição da produção de mel orgânico.

Vagamos pela floresta e descobrimos que, de fato, é praticamente impossível avistar uma plantação até onde a vista alcança. Com o auxílio de um drone, registramos a região. As abelhas estão submersas na natureza. Neste ponto, nosso relatório entrou na floresta fechada. Trata-se de uma reserva, de propriedade de uma madeireira local, que fornece pequenas áreas para o desenvolvimento de apiários.

Exportação em larga escala de mel orgânico

Após a produção orgânica por apicultores familiares, o mel é embalado em tambores. A líder desse setor é a exportadora Apis Nativa, sediada em Araranguá, litoral sul de Santa Catarina. A empresa também realiza pesquisas, que atesta sua qualidade e a mantém.

Pai e filho se unem no trabalho pelo mel orgânico

O apicultor Domingos Bejger, 59, e seu filho Gian Carlos Bejger, 25, mantêm a tradição do mel orgânico. Eles não usam fertilizantes e não alimentam as colmeias. As abelhas procuram pólen na floresta para produzir mel.

O mel orgânico é produzido no alto da serra.

Em uma das fazendas mais requintadas da região, também na Serra Catarinense, mas a oeste, está a família do apicultor Édi Carlos Orlaminder. A região é linda, e vários membros da família têm propriedades vizinhas, que formam uma grande fazenda. Os apiários estão dentro das reservas florestais. A fazenda está localizada no topo da encosta da montanha. Édi Carlos é um defensor do mel orgânico.

Casamento selado com mel

A história da família Orlaminder é digna de contos de fadas. Sua esposa, Janete Ferreira Orlaminder, insiste que seu casamento foi selado com mel. Isso porque ela conheceu o apicultor Édi Carlos ainda criança. Sua paixão nasceu em meio aos apiários, e se tornou amor e casamento.

A tradição é passada de geração em geração. Seu filho Gustavo, de dezesseis anos, ajuda na obra e, com isso, já comprou uma motocicleta, que usa para fazer trilhas na propriedade.

As abelhas podem ser extintas

Filho de suíço, Walter Bartholet aprendeu técnicas orgânicas desde criança. Seu pai, que mora na região de Taquara Verde, no município de Caçador, defende o sistema. Walter foi além e mergulhou nos livros.

Formado como técnico agrícola no Brasil, prosseguiu seus estudos e foi para a Suíça fazer mestrado. Acabou cursando agronomia. Ele nunca terminou o programa, mas passou o tempo todo estudando abelhas. Os irmãos e demais familiares moram na Suíça e vêm ao Brasil ocasionalmente para visitar os pais.

Segundo Walter Bartholet, se a lavoura se aproximar demais das colmeias, pode haver contaminação, o que pode levar à extinção das abelhas. A razão para isso é que grande parte da agricultura está contaminada.

O uso de venenos, pesticidas e outros recursos químicos levam a infecções no pólen que são passadas para as abelhas. Por enquanto, isso não é um risco em Santa Catarina. Em conformidade com o Código Florestal, as reservas foram mantidas. O clima frio e montanhoso torna o Estado um local ideal para a apicultura e produção de mel orgânico.

 

Fonte: Rio Times Online